Pensamentos, imagens, sonhos, suspiros
Transpensar 1 (inciativa do c.e.m)
Agora mais do que nunca estou entrelaçando e dançando a relação entre a casa de tijolo e a nossa casa de pele, o nosso corpo.
Já via tanta sinergia entre elas e sinto que agora todos sentem também essa relação e por isso de alguma forma me julgo conectada de uma maneira mais profunda com qualquer outro.
Essa conversa entre as casas têm me alimentado bastante. Sei e sinto meus privilégios estruturantes em ambas. Na de tijolo, que antes de mais nada a tenho, vejo uma amplitude visual avassaladora, iluminação natural e ventilação cruzada, portanto o dia me toca. Sinto o sol adentrar, o vento a me arrepiar e os olhos cavalgam sempre para o horizonte de fora.
Na casa da pele, o corpear, o dançar e o brincar tem nutrido meu tempo de mundo faz tempo.
Agora com uma rotina mais de ninho e só com os pintinhos daqui os pés e as mãos escavam mais a vassoura, os talheres, a colher de pau, o algodão e o poliéster, mas quando passeiam pela madeira, desenho e risco prazer infinito de dança. A dança que está no coração, na cabeça, no pe, nas narinas, no intestino, no sovaco: do ballet ao funk, do contemporâneo ao twerk passando sempre pelo baby shark e pelos cachorros da patrulha canina ou patrulha pata. Quando o pedido é estar com pés, mãos e joelhos no chão me chamo Amora.
A famosa tela tem ajudado bastante para que eu possa ter algum tempo meu e também um tempo meu que é para nós todos daqui do ninho. Eu que sempre a condenei tanto agora a preciso. Veja como as piruetas aparecem até nesses dias de paleta indefinida.
Os saltos também tem vindo muito me visitar.
Do sofá para a cadeira, da cama para o chão, na própria cama, e os gritos que pulam das bocas para os ouvidos, que pulam dos olhos para a pele e do peito para o ar.
Alongando limites. Retomando essa elasticidade. Aqui em casa essa gangorra está mais entre os adultos: esses que com o tempo vão ficando mais duros, difícil de abrir um grand ecart/ espacate ( spaghetti). O meu está preso na altura da virilha e também do ombro esquerdo. Minha cabeça de fêmur com bacia também tem se comunicado com estalos: às vezes inesperados e outras nem tanto. Talvez vestígios da dança das quatro barrigas: theo, beni, max e flor.
Isolamento é uma palavra que tenho ruminado. Acho que numa casa com seis e com uma paixão pela costura das trajetórias minha e do mundo, sinto que não posso me apropriar.
Essa semana tive um momento diferente e especial. As crianças já dormiam e meu marido me convidou a estar na varanda com os vizinhos. Cada um no seu espaço, e todos num mesmo espaço, estávamos a tomar um vinho, emanar sorrisos e sons da boca. Foi delicioso. As vezes a regra dos metros também era esquecida e uma mão adentrava o espaço do outro. O tal do espaço era atravessado tanto o da casa de tijolo como o da casa de pele.
Pós Cadu - Pré Nadam
Quero vos contar um sonho que tive com esse grupo
Estávamos a demorar num saara não tão deserto, farejando a poesia citadina da paisagem e dos cacarecos aleatórios dessa mesma paisagem.
Nós, indivíduos bípedes, em grupo, num deambular aleatório e espraiado, configurando diversas espacializações: duos, trios, solos.
O sonho se transforma em devaneio e a vertical nos cansa.
Nossas mãos querem apoios assim como os joelhos, e o cú mais ar. Agora o deslocamento passa a ser de quatro. A matilha, alcateia, manada entende que precisa se re conhecer.
Muitos meses a distancia...e o reconhecimento se da através do acionamento das narinas: pelo cheiro.
O sorriso monalítico permeia essas primeiras linhas.
Um olhar que penetra e vagueia simultaneamente, deixando o leitor um pouco perdido de qual relação pretende se estabelecer.
a beleza da igualdade
a beleza da desigualdade
como (e mastigo) em meu tio :
pulo
despulo
fechadura para o mesmo – interrogo, afirmo, exclamo
abredura para o mesmo – interrogo afirmo, exclamo
?.!
Pratica da Disponibilidade
contemplar um possível Mais do Mesmo
valorar um possível Mais do Mesmo
renovar se com um possível Mais do Mesmo
surpreender se com um possível Mais do Mesmo
Que desajeito nessas já não primeiras linhas.
Mas afinal onde começaram essas linhas?
O começo de um livro é precioso. Muitos começos são preciosíssimos.
Mas breve é o começo de um livro – mantém o começo prosseguindo.
Quando este se prolonga, um livro seguinte se inicia.
Basta esperar que a decisão da intimidade se pronuncie.
Vou chamar-lhe fio _________ linha, confiançaa, crédito, tecido.
(Maria Gabriella LLansol, o começo de um livro é precioso)
Prática da Amizade
exige movimento.
relação é ralação.
https://chaodafeira.com/catalogo/caderno109/
Por uma ética e uma política da amizade Francisco Ortega
Prática da Maternidade
horas, muitas horas, mais do que as muitas imaginadas ou até mesmo sonhadas. corpo ora dedicado, ora abdicado.
pensamento ora ativo, ora inativo, ora sem vogal na frente.
Tivo inúmeras situações.
Hora, Ora ... disse me assim ...
Prática doméstica
a arte do gerenciamento do lar equivale a gerenciar qualquer empresa, mas sem glamour.
até agora desconheço a sigla em inglês. quem sabe DM? Domestic Manager.
Arte, mas o que é arte?
Prática da selvageria
cadê?
onde?
como falar de instinto se é falta de educação soltar pum ou arrotar na frente de desconhecidos ... e pasmem se, de conhecidos também!!!
impulso - espontaneidade (movimento íntimo que se expõe sem mediação)
intimidade
Pós - Transpensar 2 e/ou Pré -Transpensar 3 (inciativa do c.e.m)
CICLOS
terminando um encontro que nunca acabará, apanhei para mim a palavra que Álvaro lançou: natureza.
Me vieram dúvidas em relação ao uso e abuso não apenas dela mesma, mas da palavra natureza na nossa língua escrita, falada e pensada.
Quando dizemos "a natureza das coisas” a que exatamente estamos nos referindo?
Ou: “ ... é da minha natureza..."
será que não estamos pausando aquilo que vive em movimento constante? como uma mesma palavra pode ser “realidade, em detrimento de quaisquer artifícios ou efeitos artísticos” e “universo, com todos os seus fenômenos”? “mundo material, aquele em que vive o ser humano e existe independentemente das atividades humanas” e “conjunto de tendências ou instintos inerentes que regem o comportamento, índole, caráter.”
Será que realmente não estamos exigindo demais da pobre coitada?
Mufasa: Tudo o que vês existe num delicado equilíbrio. Como rei, precisas de compreender esse equilíbrio e respeitar todas as criaturas, desde a formiga rastejante ao antílope que salta.
Simba: Mas pai, não comemos os antílopes?
Mufasa: Sim, Simba, mas deixa-me explicar. Quando morremos, os nossos corpos tornam-se em relva e os antílopes comem a relva. E assim estamos todos ligados no Grande Círculo da Vida.
(trecho de diálogo do Mufasa, o rei, e Simba, seu filho e próximo rei no filme Rei Leão)
CÍRCULO, RODA, DANÇA
Grandes rodas sempre foram potentes. As rodas foram as propulsoras de diversos tipos de deslocamentos.
Mas tem um tipo de roda que sempre me abre um convite irrecusável: as danças de roda, as cirandas, as danças folclóricas de muitas tradições e as brincadeiras de roda, .
Na minha tradição judaica, toda festa inicia-se dando as mãos para quem ao lado estiver e "convidando- o para rodar "(assim como disse Chico Buarque na valsinha).
Na minha roda, estamos todos juntos, crianças, velhos, homens, jovens, meninas, mulheres, judeus e não judeus, de preferência gente de toda e qualquer cor, e é lindo ver a roda girar ...e muitas vezes nem tanto….em alguns momentos a roda ralenta, pausa em respeito a alguém que não consegue mover se no mesmo ritmo, as mão ficam em alturas diversas, e assim, essa roda não tão redonda e veloz, nos ensina a respeitar e também a criar, abrindo espaço para a geração de novas rodas, novos círculos, concêntricos e adjacentes. E assim multifurcando alavancamos essa espontaneidade e respeito que também este transpensar lado a lado/ perto longe me inspira.
SEGUINDO EM DANÇA NAS CONSTRUÇões
As fachadas móveis Ou nossas telas móveis ?
Que bom saber q para cada um a tela se apresenta de uma forma diferente. Quem está do lado de uma pessoa, em outra tela, pode estar em outro lugar, e ao mesmo tempo saber que não é a tela que pauta quem está ao seu lado. Ampliação do olhar...
e será que não é sempre assim?
Será que a fachada não se apresenta para cada um de uma forma diferente?
Será que Gaudí não é para cada um uma experiência diversa?
Talvez um exemplo mais retilíneo…
Será que o azul que Mondrian nos propões para uns não é vermelho? E o amarelo?
OBRIGADA pelo convite a dança que me impulsiona e que me faz acreditar no movimento. Aquele que me desloca do eixo, que corta o espaço em diagonais, que me desestabiliza, mas que também busca um equilíbrio próprio e único.
Despeço me com a palavra que quero fazer ecoar em mim por esses dias atravessando esse mundo complexo e o meu próprio país que arde: CONFIANÇA.
BOI AR
Ao cruzar essa enxurrada do saber nessas últimas semanas me deparei com algumas possibilidades de travessia:
1) há três semanas atrás achei que iria construir uma balsa com os gravetos que passariam pela enchente. A idéia estava em coletar a matéria prima que até mim chegasse e manualmente faria essa confecção. O artífice.
2) depois o corpo chamou novamente para a experiência horizontal.
Inspirada pelo rastejar terrestre: um nado ao nada. Atravessar como mulher peixe. Arregaçar as calças e partir.
3) Hoje escolhi o BOI AR: entre o flamingo pink e a água límpida, turquesa e pacífica das Maldivas, optei pela boi(a) do boi na lama da minha cidade, do meu Rio de Janeiro. Eu, a minha sujeita de mim, falo da cidade em mim e por mim construída. Cidade profana e violenta, que em sua água traz a sujeira do desleixo, do desrespeito, mas que faz onda... sim ela me move! é capaz de anarquizar com a boi (a) , a mulher do boi, que fica a deriva na lama, lama da nossa sociedade, da nossa cidade, lama causada por todos que enquanto coletivo boiam ou se deixam boiar. Essa boi(a) é capaz de mover essa região da boca, puxando os lábios em alguma direção e isso em mim chama se desejo, não sei se interesse.
Espelho, espelho meu, será que não há apaziguamento em mim ao me ver em ti?
Espelho, espelho meu, o que vejo não sou eu em ti? Você sou eu em semelhança, ou em diferença?
Cada gesto é uma oportunidade de presença.
Prática da atitude nasce antes do P
(essa página é uma dobra daquilo que é o meio até agora, ou uma transparência que pousa sobre a página das Práticas)
Transpensar 5 ou a volta
- lembrei me da Margarida e o escrito da volta - a volta que não se dá apenas em círculos, em retorno, se dá também em com torno, sabe espiralar, que sabe criar trenzinho, capaz de desenvolver rodas ameboídes que encontram-se num meio muitas vezes descentralizado, mas o que importa? arregaçam se novamente e seguem seguindo como as cirandas e horas (dança folclórica israeli).
sobre o tempo no espaço
tempo + espaço + corpo = movimento
TEMPO: ainda as voltas entre cronos, aion e kairos… tempo que corre, tempo oportuno, momento, tempo ilimitado, tempo limitado, ciclos, tempo que não se divide, tempo que se divide, insight;
ESPAÇO: assim como essa enxurrada de tempos o espaço para mim também vem apresentando novas camadas…a relação entre espaço e lugar agora ganhou novas terras, territórios, paisagens, ambiente.
CORPO: a coisa é corpo, o corpo é corpo, tudo é corpo? será que o espaço também? quase como na gestalt e a relação entre figura e fundo, sendo o fundo figura também.
MOVIMENTO: a beleza das nuances para quem adora rompantes; só a dança mesmo para abraçar (a dança essa que sabemos que escreve, que move, que cuida da casa e dos filhos, que edita video, que desenha) e que traz o corpear consigo. A dança do movimento.
Assim vejo o confinamento de quem escolhe confinar-se mesmo num céu escancarado de possibilidades e belezas poéticas presente em qualquer tempo, em qualquer lugar, em qualquer corpo e em cada gesto.
PRÁTICA DA DISPONIBILIDADE, sobre o espaço que é tempo.
Essa prática percebe a potencia de presença em cada gesto.
Agradeço muito meu mergulho no c.em. e poder ter estado na piscina branca praticando a disponibilidade. Me frustro em pensar as diversas vezes que não pratico a disponibilidade no meu dia a dia.
Portanto no espaço que é tempo, o espaço alarga-se para dar mais espaço ao tempo. Pensando que o espaço também pode ser corpo é sobre a gestação com outro. O outro da moebius que dança o dentro e fora com as mãos, com a barriga, com a pele, com o útero, com os ouvidos.
Mando em anexo OLHOS QUE ESCUTAM - OUVIDOS QUE OLHAM # 1 (sopro) - vídeo , audio dança.
GRANDE PARÊNTESES (Num grupo de WhatsApp da minha família, minha tia expos seu trabalho de educação para surdos - naquele momento pensei em OLHOS QUE ESCUTAM, a proliferação de audios - podcasts- já que os olhos estão cansados. e os surdos? O quanto eles ficarão de fora. o dentro e o fora para cegos, surdos e a arte. seguindo em movimento, pensando na beleza da língua de sinais e sua dança poesia)
linguagem, comunicação
língua, balbucio - sexo e crianças - energia vital
bernardo mostrou essa pérola de LLansol numa entrevista com Graça Vasconcelos - “ é assim que eu compreendo o amor e as relações de sexualidade, que não estão centradas em órgãos determinados, mas que abrangem a totalidade do corpo e que existem para que o belo se perpetue, o prazer de estar, etc. Por isso que eu considero a leitura uma espécie de sexo, porque de facto penetra profundamente, penetra profundamente e reproduz.”
leitura como espécie de sexo, escrita como especie de sexo, dança como espécie de sexo, estar na rua como espécie de sexo, ver a língua de sinais como uma espécie de sexo, pensar/fazer arte como espécie de sexo.
já as crianças (….!!!!!???? )é tanta interrogação, exclamação e pontos que é sempre o que eu quero ser quando crescer.
ups…. escorregou transgredir
Já escreveu Gozaguinha, O que é o que é?
Eu fico com a pureza Da resposta das crianças É a vida, é bonita E é bonita
Viver E não ter a vergonha De ser feliz Cantar e cantar e cantar A beleza de ser Um eterno aprendiz
Ah meu Deus! Eu sei, eu sei Que a vida devia ser Bem melhor e será Mas isso não impede Que eu repita É bonita, é bonita E é bonita
E a vida E a vida o que é? Diga lá, meu irmão Ela é a batida de um coração Ela é uma doce ilusão Êh! Ôh!
E a vida Ela é maravida ou é sofrimento? Ela é alegria ou lamento? O que é? O que é? Meu irmão
Há quem fale Que a vida da gente É um nada no mundo É uma gota, é um tempo Que nem dá um segundo
Há quem fale Que é um divino Mistério profundo É o sopro do criador Numa atitude repleta de amor
Você diz que é luta e prazer Ele diz que a vida é viver Ela diz que melhor é morrer Pois amada não é E o verbo é sofrer
Eu só sei que confio na moça E na moça eu ponho a força da fé Somos nós que fazemos a vida Como der, ou puder, ou quiser
Sempre desejada Por mais que esteja errada Ninguém quer a morte Só saúde e sorte
E a pergunta roda E a cabeça agita Eu fico com a pureza Da resposta das crianças É a vida, é bonita E é bonita
Viver E não ter a vergonha De ser feliz Cantar e cantar e cantar A beleza de ser Um eterno aprendiz
Ah meu Deus! Eu sei, eu sei Que a vida devia ser Bem melhor e será Mas isso não impede Que eu repita É bonita, é bonita E é bonita
A imensidão estava logo ali
não sei se escondida dentro da concha do caracol ou se emaranhada no ninho
Dois olhares de casa mundo diversos
Aquele que leva consigo
Aquele que constrói
O caracol sabiamente mesmo tendo em si o seu abrigo procurou a sombra para se AninhaR
Descobriu a casa para além de si
No outro
QUAL O PESO DA LEVEZA?
andar descalço é estar sem a carcaça dos pés
Desculpe o atraso, mas acho que ainda estou em tempo: Kairós, Cronos e Aion estão a cirandar, assim como essas perguntas em mim. Mas sigamos a roda de mãos dadas (mesmo a distancia ou com luvas), pois sinto fluxos a transpensar, porém ainda pouco a transescrever
1- como temos estado sensíveis à geração de formas de estarcom em diversas escalas considerando a implicação de me-nos especializarmos em ir sendo o que vamos sendo embebidos na tal "imensidão do OUTRO”.
“ Eu voltei. Voltaria sempre. O mar molha meus tornozelos e vai embora; molha meus joelhos, minhas coxas; rodeia minha cintura com seu braço suave, dá voltas sobre meus seios; se abraça ao meu pescoço; aperta meus ombros. Então me afundo nele, inteira. E me entrego a ele em seu bater forte, em seu suave possuir, sem deixar pedaço.
“_Gosto de tomar banho no mar- disse a ele.
“ Mas ele não entende.
“E no outro dia estava outra vez no mar, me purificando, Entregando-me às suas ondas.”
(Fragmento retirado do livro Pedro Páramo de Juan Rulfo)
2- que corpos co-criamos? que comum co-criamos?
Quanto mais entravessamentos estejam no diálogo entre o eu e o outro, maior a possibilidade de comunicação, de relacionamento. Estar em relação, perceber a relatividade na e da nossa existência.
(entravessamento é uma palavra que surgiu no meu corpês que traz o entre e o atravessar concomitantemente: um lugar de passagem, mas também um lugar que possibilita e legitima desvios.)
É claro que essa pergunta também me envolve ao pensar na maternidade, no casal, na família. Ser um, depois um mais um, e posteriormente um mais um mais um, um mais um mais um mais um, um mais um mais um mais um mais um, um mais um mais um mais um mais um mais um (no meu caso). Corpos que co-criamos, comum que co- criamos, brigas rotineiras por não ser tão em comum assim, talvez momentos bastante incomuns também. Viver em comunidade mantendo as devidas singularidades. Quanta dança é necessária!
3- o que sentimos que possa estar a ser trabalho?
Trabalho é uma prática diária que nos exige a elasticidade saber / não saber. Trabalho alinha se no campo investigativo: provoca, inquieta, frustra, irrita, cansa, alivia, enfeitiça, arranca suspiro.
Tra balho
Tra nsforma.
Engraçado agora ter me saído o Tra. O tra de através, o tra de uma musica que o Peter me apresentou: tra tra tra tra, as que comandam vão no tra...( lembro me bem desse dia a dançar na sala branca com uma colega portuguesa.)
Certamente a existência de outro corpo é que potencializa o trabalho.
4- como estamos a exercitar o agarrar-largar? que paisagens deste não-saber nos parecem mais nítidas, mais turvas, mais estáticas, mais ofuscantes?
O agarrar- largar no seu amadurecimento e simultaneamente na sua ingenuidade me aponta o deixar passar. Como agarro e largo mesmo em passagem. Como praticar a relação entre passar, agarrar, largar. Quanta coisa difícil hein...sinto que agarrar-largar com outro corpo tem sempre um tempo mais desacelerado, pois é um tempo que busca o encontro. Já a rotina, até mesmo a intimidade acelera esse movimento que acaba por dividir os verbos e não mais ser agarrar-largar. Termino na roda, que sempre recomeça e rodando me faz lançar uma próxima pergunta: Qual o tempo de um encontro?