corredor
Esse trabalho nasce do desejo de materializar num solo questões que convivem com a artista há mais de 20 anos que é a temática do corredor e seu lugar de passagem. Essa pesquisa deu se inicio na sua graduação em arquitetura e urbanismo e seguiu no seu mestrado também em teoria e projeto de arquitetura. Em ambos o disparador foi a reflexão sobre a vivência espaço temporal do percorrer e seus desdobramentos na percepção do espaço, falando portanto de percursos objetivos e subjetivos do ir e vir. Dois conceitos sobressaltam se nessa linha: permanecia e transitoriedade
O solo está estruturado em quatro corredores todos de igual importância.
1. O corredor espacial; o corredor espaço de ligação, o lugar do entre, o corredor espaço de passagem que existe na função de ativação do movimento;
2. O corredor do movimento; que na artista se deu através da dança. O que é o entre na dança? É o movimento conector de outros movimentos? ou é a própria dança o corredor já que ela me conecta com o outro e comigo mesma.
3. O corpo corredor; o corpo que expele, dejeta, secreta, o corpo que pare. A maternidade enquanto esse corredor infinito;
4. A ancestralidade; o corredor que me conecta àqueles que estão em mim e desconheço e aqueles que virão através dos meus e também desconhecerei. Um corredor que liga minhas raízes ao vento que me circunda.
A movimentação em cena portanto tenta concatenar todas esses eixos através de desenhos feitos em planta baixa, movimentações, mesclando danças incorporadas ao longo da vida como a dança folclórica judaica e o ballet, e se apropria do celular enquanto dispositivo para criar ainda mais camadas no projeto. Alguns celulares são utilizados para ser som, luz, câmera, fazer live, projetar live.
Esses celulares conectados simultaneamente geram ecos da ação que faz com que surjam mais camadas no trabalho sendo a principal delas a reverberação do tempo.https://vimeo.com/671642575